Diário de bordo 01/10/2011: Sol!!!!!! Depois de muitas semanas sem um sol convincente voilà, ele o grande astro brilhando para felicidade de todos os corações navegantes do planeta da Ilha de São Vicente.
Dia lindo, promessa de uma navegação perfeita. Dava até vontade de ficar sem camisa. Saída 33,2 hs, tanque cheio, não será preciso reabastecer. Gelo, h2O e, é claro, cerveja. Salgadinho, paçoca e azeitona verde. Quem sabe não seria este o grande dia que eu estava esperando para finalmente jogar âncora e pescar na saída da barra?
Eu e Zé Carlos resolvemos dar uma olhada lá na barra. Navegamos até a barra e verificamos que não estava tão lisa como deveria pelo tempo de estafa fazendo.
Retornamos a marina e enquanto o Toninho e o Décio degustavam um tempurá, tomamos uma cerveja para refrescar. Aí começou a reviravolta de um dia que prometia ser maravilhoso.
O tempo começou a nublar um pouco. Recebemos um chamado do Sr. Ernesto (da nossa marina) solicitando auxilio para uma embarcação que teve uma pane no Goes.
O Décio foi abastecer, eu o Zé Carlos e Dito navegamos rumo ao Goes. Mar picado, batendo bastante.
Era uma 19 pés proa aberta encalhada na praia. Seus ocupantes arrastaram a embarcação para a água e amarramos os cabos. Como a correnteza estava movimentando muito o Seagull tivemos a infeliz ideia de jogar âncora para terminar de amarrar os cabos.
O ferro estava garrando e nós estávamos indo em direção a uma 32 apoitada, então engatei a ré, mas o cabo estava solto. Fui induzido a desligar o motor alertado pelos gritos de todos dizendo que o cabo iria enrolar no hélice. Alguém mergulhou e resolveu o problema. O Zé Carlos recolheu a âncora mas a corrente da mesma riscou toda pintura lateral do barco com ferrugem. Prejuízo...
Na sequência fomos perigosamente sendo jogados em direção às rochas. O Zé Carlos pretendia descer no Goes, mas diante das circunstâncias resolvemos rumar de volta para marina.
Trabalhoso mas tranquilo retorno. O barco parecia bem estável devido ao peso da embarcação a reboque. Em compensação o Décio disse que para ele estava batendo muito.
Entregamos o barco na marina e o pessoal estava a fim de comer ostras.
O Zé Carlos quis conduzir o barco. Adentramos pelo canal e todas as passagens de uma ponte estavam tomadas por linha de pescar exceto por uma que o Décio consegui passar. Quase ficamos enroscados, a linha passou por cima do motor, houve um certo pânico com medo da linha enrolar no hélice. É hoje...
Passamos. No momento de atracar no pier outro stress. O Zé Carlos queria que atracasse de um lado e eu achava melhor atracar do outro, mas o Décio resolveu o problema tirando o barco dele para a esquerda, deixando assim espaço para atracar o Seagull.
Na marina-restaurante já havia acabado as ostras. Tomamos cerveja, e abrimos o Black que o Décio trouxe para comemorar, que por sinal havia derramado 1/3 no barco dele.
Hora de voltar. O Décio saiu na frente e, adivinhem, ele errou e seguiu para o mangue, encalhando. O Zé Carlos só gritava a esquerda, a esquerda mas não explicava que ali iríamos encalhar.
Finalmente guinamos à esquerda e paramos esperando o Décio desencalhar, manobra feita colocando a esbelta tripulação toda na proa, o que levantou a popa e foi possível girar o motor.
Desencalhados, partimos, ato contínuo meu motor começou a apitar. Desliga! desliga! Fumaçô. Pronto!!!! Só faltava essa.
O Décio que disparou na frente, foi chamado de volta para rebocar o Seagull pois o Zé Carlos disse que eu teria sorte se não houvesse derretido o cabeçote.
Lá fomos nós a reboque do Alcapuco. Porém o Décio calculou mal a distância do pier e jogou o Seagull em cima do pier ajudado pela correnteza pois estava vazando forte e eu estava sem motor.
Rompeu ou não rompeu o casco?
Graças a Deus, não.
Bom, subir na carreta seria outros quinhentos...
Vai lá, vem cá. Empurra, empurra.. Não está indo para parede, Isso... deixa que empurro com o crok.
Não! dá aqui o crok que eu empurro melhor aqui de cima, disse o Dito.
Chuaaaaaaaaaaaaaaá, lá foi o Dito para dentro d´água.
Cadê o crok?
Foi para o fundo.
Aí, molhou celular, documentos e tudo mais.
Subimos. Nem acredito...
Agora é ligar o motor para adoçar, será que vai dar?
Aleluia!!!! Deu certo.
Provavelmente foi um plástico que obstruiu a entrada de refrigeração do motor, e ao desligar o mesmo, desobristruiu. Não teríamos passado pelo calvário final se o Zé tivesse permitido levantar o trim e desobristruir a entrada caso necessário e depois ligar o motor.
Em fim, esta foi a navegada mais atrapalhada até hoje. Porém considerando tantas intercorrências e tudo o que poderia dar errado, ficamos com prejuízo mínimo.
Amanhã será outro dia, bem melhor se Deus quiser!
Marcos